Ao todo, foram oferecidas 37 opções de cursos de formação cidadã e também profissional. Com duração média de três meses, as trabalhadoras rurais puderam aprender desde técnicas de assentamento de cerâmica e de execução em gesso a profissões como a de cobradora de ônibus e frentista de posto. As aulas ainda incluíram artesanato com materiais recicláveis, informática básica, além noções de empreendedorismo e de políticas públicas.
Num discurso emocionado, Eduardo usou as palavras do seu avô, o ex-governador Miguel Arraes, para assegurar que vai “não desistir e nem desanimar no combate por uma sociedade mais justa, sem as marcas do machismo, da discriminação e do desequilibro, que ainda afrontam as nossas consciências e corações. Estou acostumado a fazer e refazer a vida que, muita gente, quer resolver. Mas a vida não se resolve. Ela se vive e eu vou viver lutando até o fim”, parafraseou o avô.
Implantado pela primeira vez no governo de Miguel Arraes, foi na gestão de Eduardo que o Chapéu de Palha ganhou o recorte de gênero e tornou-se lei. A ação é um avanço na forma de fazer política pública que, além de garantir a sua continuidade, deixa de ser apenas um repassador de recursos. Agora, como contrapartida da ajuda financeira de até R$ 232,50 no período da entressafra, é exigindo a participação dos beneficiados nas capacitações realizadas pelas secretarias de Estado.
Para Maria José Pereira, 36, é libertador poder aprender um novo ofício. Ela que, até então, só tinha trabalhado como cortadora de cana e pretende procurar emprego como eletricista predial. “Depois desse curso, vou poder acompanhar os avanços das mulheres, entrando com tudo no mercado de trabalho e, agora, com uma profissão”, disse, confiante, a moradora do município de Itambé. Já Maria Lúcia da Silva, 47, aprendeu a fazer, a partir da palha da bananeira, caixas de presente, porta-jóias, capas para almofadas e passadeiras. “Descobri um talento”, comemorou, abrindo um belo sorriso.
E não tem idade limite para mergulhar em um novo aprendizado. A costureira Luzinete Fidélis é prova viva disso. Aos 68 anos, estava feliz da vida com o conhecimento adquirido nas aulas de informática. “Vou poder renovar os modelos dos vestidos das minhas clientes”, revelou.
Pelo trabalho de Inclusão do Gênero nos Serviços Públicos, o Chapéu de Palha Mulher recebeu, este ano, um prêmio concedido pela ONU. A iniciativa, que envolve a parceria do Governo do Estado com 15 ONGs, vem crescendo a sua abrangência a cada ano. “Quando chegamos ao Governo em 2007, dos 184 municípios pernambucanos, apenas cinco tinham órgãos municipais voltados para as políticas de gênero. Nesta sexta edição, estamos com 129 com a cobertura do programa”, informou Eduardo.Coube a representante da Associação das Mulheres de Condado, agradecer ao governador em nome de todas as entidades não-governamentais. “O governador teve a feliz iniciativa de tornar o Chapéu de Palha uma política de Estado, que veio para resgatar uma dívida social e política de 500 anos para com as mulheres”, elogiou a mulher, que foi bastante aplaudida. .O governador tem compreendido perfeitamente o processo das mulheres no desenvolvimento do Estado. O programa cresce a cada edição e atende as trabalhadoras da cana-de-açúcar, mas também as da fruticultura e da pesca”, complementou a secretaria da Mulher, Cristina Buarque, que revelou, ainda, que o Governo do Estado vai levar à Zona Rural a ampliação do acesso aos atendimentos de saúde bucal.
Félix Filho
Secretaria de Imprensa Governo de Pernambuco
Evaldo Costa
Secretário de Imprensa
Fotos: Raul Buarque/SEI
