“As Cabras”: Numa manhã bastante tranquila de um domingo, lá numa cidadezinha de São Paulo, o padre Francisco estava em frente à igreja. Quando, de repente, viu passar uma garotinha de uns nove ou dez anos, mais ou menos, pés descalços, franzina, meio subnutrida, ar angelical, conduzindo umas seis ou sete cabras. Era com muito esforço e cuidado que a garotinha conseguia reunir as cabras e fazê-las caminhar sob um sol escaldante. O padre, enquanto se abanava e enxugava o suor da testa com um lenço, observava a cena. E começou a imaginar se aquilo não era um caso de exploração de trabalho infantil e foi conversar com a menina. - Olá, minha jovem. Como é o seu nome? - Rosineide, seu padre. - O que é que você está fazendo com essas cabras, Rosineide? - É pro bode cobrir elas, seu padre, e tô levando elas lá prá fazenda do seu Celso Batista. - Me diga uma coisa, Rosineide, o seu pai ou os seus irmãos não podiam fazer isso? - Já fizeram... Mas, num dá cria... Tem que ser um bode mesmo! Acesse: www.robsonsampaio.blogspot.com.FOLHA PE