quinta-feira, setembro 20, 2012

Bate-papo entre Tralli e Russomanno vira um bate-boca


O candidato Celso Russomanno diz que não obedecerá Universal (Foto: Alexandre Moreira/BRP/AE)
O candidato do PRB à Prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno, deu uma aula de retórica na entrevista ao vivo ao jornalista César Tralli no programa SPTV da Rede Globo nesta quinta-feira (20). A maior parte dos oito minutos de bate-papo transformou-se em um verdadeiro bate-boca entre o candidato e o jornalista.Clique aqui para assistir à íntegra da entrevista.
Russomanno se negou a responder questões a respeito dos ataques que recebeu de membros da Igreja Católica e do apoio institucional e pessoal de bispos e pastores da Igreja Universal do Reino de Deus à sua candidatura. 

O concorrente, que se diz católico, chegou a mostrar irritação com a insistência de Tralli nas questões religiosas. “César, posso te pedir um favor? Vamos falar de São Paulo, dos problemas da cidade”, pediu, repetidas vezes, Russomanno. Em certo momento, o tom subiu tanto que ficou impossível a compreensão do que diziam.

Após se negar a responder as perguntas de Tralli, Russomanno passou a discursar sobre as suas propostas para a cidade até ser interrompido pelo jornalista. “Candidato, isso daqui é uma entrevista e não um programa eleitoral”, recordou, educadamente, o repórter de Rede Globo. 

O candidato vinculado à Igreja Universal ainda se recusou a responder uma pergunta sobre o acordo trabalhista feito na Justiça com uma ex-funcionária de sua empresa, o qual foi acusado de usar dinheiro público para pagá-la. “A questão está resolvida”, disse, enfático. 

O único momento de paz de toda a entrevista foi o seu início, quando Russomanno afirmou que não irá obedecer às exigências da Igreja Universal caso eleito prefeito, apesar de todo o aporte financeiro, pessoal e institucional que tem recebido. “O estado é laico, não deve haver interferência das igrejas. Tenho coordenadores da campanha ateus, judeus e muçulmanos”, afirmou.

O candidato, por fim, criticou o pagamento de guardas particulares pela prefeitura, e defendeu o investimento na Guarda Civil Metropolitana (GCM) para poder capacitar um efetivo maior a cada ano. Por lei, a GCM garante apenas a segurança de equipamentos públicos e não tem função de polícia.