O ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso
(1995-2002) recebe terça-feira (10), em Washington, o Prêmio John W.
Kluge, da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos. O prêmio, cuja
escolha é feita após consulta a 3 mil intelectuais e personalidades
públicas em todo o mundo, foi anunciado em maio e tem o valor de US$ 1
milhão.
Fernando Henrique é o oitavo ganhador do prêmio, concedido desde
2003 a pensadores da área de humanidades. Sociólogo, ele é o primeiro
intelectual latino-americano a ser homenageado.
Segundo o site da Biblioteca do Congresso americano, em sua
carreira, Fernando Henrique envolveu-se com questões variadas desde as
relações raciais (como no livro de 1962, Capitalismo e Escravidão no Brasil Meridional: o Negro na Sociedade Escravocrata do Rio Grande do Sul) até a dependência econômica e integração da economia global (como em seu livro mais conhecido, Dependência e Desenvolvimento na América Latina, escrito em 1969 com Enzo Faletto).
No comunicado sobre o prêmio,
a Biblioteca do Congresso traça uma linha entre a trajetória acadêmica e
a carreira política de Fernando Henrique: “Talvez a maior prova de sua
realização intelectual é que seus sucessores continuaram muitas das suas
políticas e asseguraram seu legado como um dos maiores líderes do
Brasil”.
Autor de mais de 20 livros e uma centena de artigos, Fernando
Henrique Cardoso tem hoje 81 anos e escreve periodicamente em jornais de
circulação nacional no Brasil. Ele é integrante do Conselho Curador da
Fundação Instituto Fernando Henrique Cardoso e presidente de honra do
Diretório Nacional do PSDB, partido que ajudou a fundar na década de
1980, na época da Constituinte.
Edição: Nádia Franco