A Conferência das Nações Unidas Sobre Meio Ambientes e Desenvolvimento, cujo conteúdo se constituiu no Capítulo 18 da Agenda 21, que trata dos recursos hídricos, convencionou que a data de 22 de março seria declarada, como de fato foi, como o DIA MUNDIAL DA ÁGUA.
Por se tratar de um bem essencial a vida, devemos comemorar a data simbólica instituída pela ONU, mas devemos, sobretudo, nos acautelar quanto ao uso inadequado desse bem e, principalmente, quanto ao desperdício.
A despeito de o Brasil ter o maior potencial hídrico do planeta, ainda assim, podemos chegar em 2015 com problemas no abastecimento de água em mais da metade de seus municípios, por conta da não priorização na realização dos investimentos necessários e indispensáveis para se evitar a escassez.
Quando ao abastecimento animal que tem igual importância assistimos, contristados, uma das mais brutais perdas de rebanhos em toda a história da Região Nordeste, quando dados oficiais registram estimativas de perdas de aproximadamente 12 milhões de cabeças, um dramático empobrecimento regional de longa repercussão para o futuro.
Mesmo em se tratando de um fenômeno que já não representa surpresa para qualquer nordestino mais experiente, porquanto esses ciclos de escassez de chuvas vêm se repetindo historicamente, a atual estiagem que se abate sobre a Região Nordeste, aponta para a necessidade de providências urgentes de um trabalho consistente relacionado a questão hídrica da Região, sobretudo em relação a implantação do Projeto da Transposição.
Esses ciclos variam de 10 a 14 anos de chuvas regulares, tomados os padrões da Região, entremeados de períodos de 2 a 5 anos de perversas escassezes e irregularidade de chuvas.
Cada ciclo de seca deixa, ao seu término, dolorosos resíduos de seus efeitos, seja no ecossistema, que é atingido tanto pela própria seca, quanto pela ação do homem para se salvar e salvar seus animais, seja na qualidade de vida das pessoas no curto e no médio prazo, posto que, da mesma forma que os períodos de regularidade de chuvas ensejam acumulações de bens, os períodos secos afetam negativamente esses incipientes patrimônios.
Portanto a melhor forma de comemorar o DIA MUNIAL DA ÁGUA, é fortalecer as nossas convicções de que o problema da escassez de água na Região Nordeste está presente e se repete com frequência quase que cadenciada e que reclama de todos nós, homens públicos, mais do que medidas emergenciais, mas, sobretudo, medidas preventivas capazes de evitar o drama que se abate sobre a Região.
Deputado Estadual
Presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa