Os participantes também poderão confeccionar seus cartazes em defesa do Museu, além de conhecer os equipamentos instalados na área: o Avião Xavante, a maquete do VLS-Veículo Lançador de Satélite, o Giroscópio, dentre outros.
Com tramitação em regime de urgência, sem diálogo com a população e com os impactados pela decisão, a Lei 17.940, de autoria do governo estadual, foi aprovada pela Assembleia Legislativa em 21 de outubro. Ela doa, para a Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco – ADEPE, 8.200m² de terreno construído do Museu para instalação, por uma empresa privada, de um Data Center conectado a cabos submarinos de fibra óptica.
Para a Imprensa, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação tem alegado que a área do Espaço Ciência seria a única saída possível para os cabos submarinos que aumentarão a velocidade da Internet no estado. Não é o que dizem os especialistas. Não apenas existem outros pontos de passagem para os cabos, como também seria possível a saída destes cabos estar em um local distante do Data Center, local onde é feito o processamento de informações e armazenamento de conteúdos de diversas empresas de tecnologia.
“Não somos contra a chegada dos cabos submarinos em Pernambuco. Muito pelo contrário. O que não aceitamos é que haja qualquer interferência ou destruição de um projeto museológico de interesse público, que atende gratuitamente mais de 120 mil visitantes todos os anos”, afirma o diretor do Espaço Ciência, Antonio carlos Pavão.
O governo alega, ainda, que uma outra área, do mesmo tamanho, será entregue ao Espaço Ciência como contrapartida. No entanto, não se trata de uma mera substituição de um terreno por outro. O local que pretendem doar é parte de um projeto museológico desenvolvido com participação de consultortes nacionais e internacionais, a partir de contribuições de Burle Marx, e onde se investiu durante muitos anos. “Por que não constroem o Data Center no terreno que querem entregar para nós?”, questiona Pavão.
A discussão sobre este empreendimento não vem de agora. O Espaço Ciência chegou a receber a visita de grupos do Consórcio de Investidores Recife, mas sempre deixou clara sua posição, conforme pode ser constatado na resposta à nota técnica da Adepe, enviada pelo Museu em 22 de maio, meses antes da lei ser enviada para a ALEPE:
“Em relação à NOTA TÉCNICA da ADEPE Nº 022/2022 (…), esclarecemos que nas ‘negociações das áreas’ em nenhum momento acordamos com a ‘transferência para a SAD/PE’ da área total de 8.266,01m² para ‘implantação de um empreendimento econômico’. Nossa anuência refere-se apenas à cessão de uma área específica para abrigar a recepção do cabo submarino de fibra óptica, algo bastante longe de uma cessão da área total”. Confira a resposta completa:
