A inadimplência de usinas pernambucanas com seus fornecedores de cana de açúcar permanece mesmo sendo elas punidas pelo governo do estado com a perda do crédito presumido do ICMS. Diante da situação, os produtores farão uma assembleia geral nesta segunda-feira (25), às 10h, na Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP). Eles vão debater sobre a possibilidade de adotar novas ações contra o descaso. Os agricultores filiados ao Sindicato dos Cultivadores de Cana de Estado (Sindicape) também participam do encontro.
Na esperança de resolver o impasse, há um ano, o governador Eduardo Campos publicou o Decreto nº 37.832, atendendo a reivindicação dos canavieiros. Ele suspendeu o benefício fiscal das unidades enquanto o passivo não fosse quitado, mas, ainda assim, elas continuam devendo.
Para o presidente da AFCP, Alexandre Andrade Lima, a situação é um absurdo. “As usinas precisam honrar com os respectivos compromissos empresariais, a começar pelo pagamento do agricultor que planta, colhe e fornece a matéria prima para as usinas produzirem açúcar e etanol”.
O dirigente lembra que as unidades industriais também possuem dívidas com a AFCP e o Sindicape, além do passivo direto com os produtores. “As usinas estão se apropriando indevidamente de valores percentuais que são descontados no ato da comercialização do açúcar e do etanol e deveriam ser repassados às entidades dos fornecedores como taxa de manutenção dos órgãos de classe”, conta.
Robério Coutinho
Assessoria de Imprensa da AFCP