Na tarde deste sábado (23), o senador pernambucano Jarbas Vasconcelos (PMDB) promoveu, na sua residência, no bairro do Janga, em Paulista, Região Metropolitana do Recife, o clássico "cozido". O cozido de Jarbas é famoso na política local por ser acompanhado de conversas políticas e, claro, críticas aos adversários.
Sinal dos tempos (Foto: Dayvson Nunes/JC Imagem)
O convidado para participar do cozido sábado foi o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), neto do falecido Miguel Arraes (PSB) - um dos alvos preferidos das conversas do cozido, haja vista sua rivalidade de décadas com Jarbas Vasconcelos. Eduardo também é, pelo menos por enquanto, aliado político da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidete Lula, ambos do PT. O Partido dos Trabalhadores, que sempre na mira das críticas - no cozido, e as públicas - do senador Jarbas Vasconcelos.
Jarbas e Eduardo, aliás, selaram aliança em junho passado, quando o senador declarou apoio à candidatura do indicado do governador para a prefeitura do Recife, Geraldo Julio (PSB). As rusgas entre os dois duravam mais de 20 anos. Mas simbólico cozido mostra que os tempos são outros.
E Jarbas Vasconcelos é entusiasta dos novos ares. Como de costume, foi direto ao ponto. "Na proporção que ele [Eduardo] continua dizendo que o governo [federal] andou, que o governo transformou, modificou, que o governo avançou, mas poderia ter avançado muito mais, então ele é uma dissidência", afirmou, na conversa com a imprensa, externando o que o seu aliado se nega a admitir.
Eduardo foi o grande convidado para o clássico cozido de Jarbas Vasconcelos
José Serra
Jarbas, que apoiou José Serra (PSDB) nas postulações nacionais, em 2002 e 2010, e Geraldo Alckmin (PSDB), em 2006, afirmou ter apoiado a decisão de Eduardo Campos de procurar o tucano de São Paulo. O peemedebista disse que, se ele estivesse no lugar de Eduardo Campos, "faria exatamente o que ele está fazendo".
"Serra está numa situação de desconforto dentro do PSDB? Está. Então procura Serra, anda com Serra. É natural", disse Jarbas.
SINESTESIA - Nenhum dos dois quis comentar as pesquisas de intenção de voto da Datafolha e do Ibope, que colocam Dilma Rousseff (PT) com esmagadora vantagem sobre os demais postulantes. Mas Jarbas quis comentar as movimentações de Dilma, que ele considera eleitoral.
"Ela está andando eleitoralmente em todo canto. Onde ela vê um cheiro eleitoral, ela anda."
O debate eleitoral no com um ano e meio de antecedência, para Jarbas, é "uma estupidez" provocada pelo ex-presidente Lula, que lançou a candidatura de Dilma em fevereiro.
"Isso que a gente está conversando agora, no dia 23 de março, é uma estupidez. A gente está discutindo questão eleitoral por conta de Lula, que lançou Dilma e arrastou dissidentes, no caso de Eduardo, e arrastou Aécio, que é da oposição.
Eduardo Campos é servido do famoso cozido
Raul Henry (PMDB), que articulou aproximação de Jarbas e Eduardo, saúda ambos
Os convidados foram tanto jarbistas como da ala de eduardistas. O senador Armando Monteiro (PTB) estava por lá. (Fotos: Enio Benning/Instagram)
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