Foto: Helia Scheppa/PCR |
Homenageados
Irah Caldeira
Arrastando pé atrás da sonoridade nordestina nascida da mistura entre zabumba, triângulo e sanfona, Irah Caldeira percorreu todo o Nordeste, a poeira subindo e o suor descendo, para encorpar performance e colecionar repertório até escolher Pernambuco como casa e cenário para sua carreira musical. Nascida em Minas Gerais, iniciou-se nos do Recife na década de 1990, dando voz a compositores como Petrúcio Amorim, Accioly Neto e Maciel Melo, entre outros caboclos sonhadores e cantadores.
De arraial em arraial, confirmou-se uma das mais importantes intérpretes femininas dos ritmos nordestinos, tendo gravado vários discos e participações na obra de companheiros e pareias de palco e sala de reboco. Dona de uma voz inconfundível e de uma energia inesgotável, é especialista em balancê e abarrotadora de salão das mais infalíveis e ligeiras que já rezaram na cartilha do São João nordestino.
A artista expressou sua felicidade ao receber a notícia no evento de abertura do Ciclo Junino, no Sítio Trindade. “Acho que é explícita a alegria e o sentimento de gratidão que envolve este momento. Também é uma honra ser homenageado ao lado de Jorge de Altinho, que eu sou fã”, disse..
Jorge de Altinho
Nascido na cidade de Olinda, Jorge Assis de Assunção mudou-se ainda criança para o interior pernambucano, onde sua vida encontraria um novo norte. Aliás, um Nordeste inteiro de sonoridades e referências poéticas e musicais. Entre violeiros, aboiadores, sanfoneiros e emboladores, ganhou um rumo e até alcunha nova, sagrando-se Jorge de Altinho nos salões cheios de arrasta-pé da região onde cresceu. Estudioso de música, nem ligou, deixou o povo falar e ousou introduzir os metais no forró, fazendo, pela primeira vez nos palcos e arraiais nordestinos, sanfona rimar com trombone. Gravou mais de 40 álbuns de sucesso, foi bater até no programa do Chacrinha, onde ganhou vários discos de ouro - e nenhum troféu abacaxi. Confirmou-se sinônimo de forró, cantor e compositor dos mais requisitados, lembrados e cantados nos festejos juninos de todo o Nordeste, assinando sucessos como “Petrolina-Juazeiro”, “Confidências” e “Andorinha Só não Faz Verão”. Festa de São João, para ser boa mesmo, tem que ter Jorge de Altinho no palco. E pra ser ótima, faz questão até de lhe render homenagem. “Ser homenageado e reconhecido na cidade que eu escolhi para morar, cidade que eu amo e que é a minha cara, é muita emoção. Eu agradeço de coração esse reconhecimento do nosso trabalho e da nossa estrada. Quero parabenizar você, prefeito, além da Secretaria de Cultura, a Fundação de Cultura e todos da prefeitura que colaboraram para a gente fazer um ciclo junino bem nosso, bem tradicional, resgatando a nossa cultura. Isso é uma injeção de ânimo muito grande”, declarou o cantor.