Charge de Humberto, do Jornal do Commercio
Agora é definitivo. Ricardo Teixeira renunciou ao cargo de presidente
da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) após 23 anos no comando. O
anúncio foi feito por José Maria Marin, o novo presidente da entidade,
em um evento que a princípio marcaria apenas a sua posse como presidente
interino - e não definitivo. O fato novo foi Ricardo Teixeira,
licenciado por motivo de saúde, entregar a carta-renúncia. Ele também
deixa o Comitê Organizador Local para a Copa do Mundo de 2014.
"Eu, hoje, deixo definitivamente a presidência da CBF... Futebol em
nosso país é associado a duas imagens: talento e desorganização. Quando
ganhamos, exaltam o talento. Quando perdemos, a desorganização. Fiz o
que estava ao meu alcance. Renunciei à saúde. Fui criticado nas derrotas
e subvalorizado nas vitórias", disse Ricardo Teixeira por meio de nota
lida por Marin.
Ricardo Teixeira finalmente deixou a CBF (Foto: Agência Estado)
A gestão de Teixeira, que começou em 1989, teve como pontos altos a
conquista brasileira de duas Copas do Mundo, em 1994 e 2002. A seleção
também foi vice-campeã em 1998, na França. A vinda da Copa do Mundo para
o Brasil em 2014 também teve influência dele, que é genro de João
Havelange. Entretanto, os escândalos ao longo de seu mandato ficam como
maior marca da era Ricardo Teixeira. Diversas acusações de corrupção
recaem sobre o agora ex-presidente. A saída é, sem dúvida, pela porta
dos fundos.
Ex-governador de São Paulo, Marín, de 79 anos, assume o cargo de
presidente da CBF agora de forma definitiva pelo fato de o estatuto da
CBF prever que o vice-presidente mais velho seja o substituto imediato
de Teixeira. O ex-mandatário da entidade poderia ter escolhido qualquer
um dos cinco vices, mas optou pelo dirigente paulista.
José Maria Marin, noco mandatário da CBF (Foto: Gazeta Press)
Havia um clamor nacional a pedido da saída de Ricardo Teixeira, há
tempos. No entanto, ainda é difícil projetar o impacto que a mudança na
presidência vai ter na CBF.JC on line