"Em tese, há a possibilidade dessa prática enquadrar
como infração penal, que será investigado como inquérito policial.
Todos os envolvidos serão ouvidos", afirmou o delegado Wellington de
Castro, responsável pelo inquérito.
Alguns pais já contrataram um advogado, que já entrou com uma ação no Ministério Público.
"Representamos baseado em dois artigos do Código
Penal, constrangimento ilegal e ameaça", conta o advogado de uma das
famílias, Jorge Fernando dos Santos.
Um menino de 8 anos contou que eles foram para uma
sala e lá tiveram que tirar a roupa, e foram orientados a não contarem o
fato aos pais.
"Ela falou para a gente ir para a sala dela. A bolsa
dela estava aberta. Separou as meninas e os “homens” foram primeiro
para tirar a roupa, tirar a calça e a cueca. E falou que ia dar
suspensão para quem falasse para o pai e para a mãe", relatou um
menino.
O caso aconteceu na Escola Municipal Nossa Senhora
Aparecida no último dia 20. O dinheiro teria sumido da bolsa de uma
monitora de um programa de erradicação do trabalho infantil. As 15
crianças que estavam na sala teriam sido obrigadas a ficarem nuas
diante da monitora e de uma professora.
A diretora diretora da escola, Maria Olímpia Magalhães, afirmou que esse não é o procedimento usado pela escola.
"Quando acontece alguma coisa de minha
responsabilidade eu chamo as crianças uma a uma para conversar na minha
sala, para perguntar o que aconteceu, como foi. Não desta maneira.
Neste caso, o fato aconteceu antes de me comunicarem", disse a
diretora.
Segundo a secretária de Educação do município, Marli
Oraboni de Souza, a monitora estava em seu segundo dia de um período
de experiência na escola como voluntária da Secretaria de Assistência
Social.
"Abrimos um processo administrativo porque a professora estava na sala", relata Marli.
Uma das mães disse que o filho não quer voltar para a
escola, porque os colegas estão chamando o menino de ladrão. Duas
novas funcionárias já foram contratadas para a função.
Da Agência O Globo