Ao contrário do que o Ministério da Educação (MEC) afirma, não foram
apenas dois estudantes que tiveram alterada a nota da redação do Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem). O Estado(Jornal) teve acesso a um
documento em que o órgão que faz parte do consórcio organizador do exame
elenca 129 candidatos que tiveram notas retificadas em função de "erro
material". Questionado, o MEC confirmou os casos.A lista foi
entregue à Justiça Federal de São Paulo e consta do processo em que o
estudante Michael Cerqueira de Oliveira, de 17 anos, pedia vista da
prova. Oliveira teve a nota alterada de "anulada" para 880 - foi o
primeiro caso de mudança de nota, colocando em dúvida o sistema de
correção da redação do Enem. Na semana passada, o ministério confirmou
que outro estudante, desta vez de Belo Horizonte, também teve a nota
corrigida.Os nomes dos dois estudantes constam da lista a
que a reportagem teve acesso. O ofício n.º 3.351/2011 é intitulado como
"Nova situação de participantes do Enem/2011". No texto, consta que o
Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília
(Cespe/Unb) "informa que, em função do erro material, os participantes
do Enem/ 2011 listados abaixo tiveram sua situação ou nota alterada". Na
sequência, a lista com os nomes tem três páginas e meia.O
ofício é endereçado ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais (Inep), braço do MEC responsável pelo exame. O documento é
de 30 de dezembro de 2011, antes do primeiro caso de alteração da nota
da redação vir à tona.De acordo com o ministério, as mudanças
registradas no documento não vieram depois de ação judicial, com exceção
do caso do paulista Michael Cerqueira de Oliveira. Todos seriam casos
simples, de problemas de registro ou falhas no scanner. Nenhum caso
seria de mudança de avaliação. O MEC não explicou, no entanto, porque
insistia até agora que só havia duas alterações em notas por erro. As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.