Ex-prefeito de Vicência, Guiga Nunes, participou da homenagem de ex-alunos da Faculdade de Direito do Recife, à memória de Cândido Pinto de Melo, líder estudantil que sofrera um atentado político, por parte de agentes da ditadura, que o deixara paraplégico aos 21 anos de idade

O ex-prefeito de Vicência, Guiga Nunes, agradeceu o convite do amigo José Soares @historia_em_retalhos, para participar nesta segunda-feira (31), de uma homenagem de ex-alunos da Faculdade de Direito do Recife, à memória de Cândido Pinto de Melo, líder estudantil que sofrera um atentado político, por parte de agentes da ditadura, que o deixara paraplégico aos 21 anos de idade. Foi fixada uma placa do Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico Pernambucano no exato local do atentado político (cabeceira esquerda da Ponte da Torre voltada para a Avenida Rui Barbosa), na cidade de Recife/PE. A data, 31 de março, não poderia ser mais oportuna, dadas as tentativas recentes de revisionismo histórico assistidas neste país em torno do que foi o golpe de 1964 e todos os seus consectários políticos e humanitários. Em 28 de abril de 1969, há quase 56 anos, o jovem estudante de engenharia e líder estudantil Cândido Pinto de Melo, então presidente da União dos Estudantes de Pernambuco (UEP), estava na Ponte da Torre, mais precisamente no abrigo de ônibus próximo ao posto de gasolina que existia no local, na cabeceira esquerda voltada para a Avenida Rui Barbosa. Naquele ano, o país vivia o auge do ciclo da ditadura militar, com a assinatura do famigerado Ato Institucional Nº 5, no final do ano anterior. Repentinamente, Cândido recebeu ordens de três homens encapuzados para entrar em um automóvel, uma rural willys verde e branca, provavelmente, o mesmo veículo e os mesmos agentes que sequestraram e mataram o Padre Antônio Henrique Pereira Neto alguns dias mais tarde na Cidade Universitária. Reagiu e salvou a sua vida. Porém, ao resistir à coerção, foi surpreendido por dois disparos, um no rosto e outro na coluna, que lhe seccionou a medula abaixo do peito. Em decorrência das sequelas deixadas pelo atentado, faleceu, precocemente, em 2002, aos 55 anos.

Justiça não se faz com esquecimento.

Ditadura nunca mais” - José Soares. Registro na foto com Celso Pinto de Melo, irmão de Cândido.