Bem
cultural caracterizado como jogo, luta e dança, a capoeira é, agora, Patrimônio
Cultural Imaterial do Estado de Pernambuco. O governador Paulo Câmara sancionou
a lei, nesta quarta-feira (31.10), no Palácio do Campo das Princesas, como
forma de fortalecer os laços da cultura e da educação e perpetuar a importância
da manifestação cultural na vida dos pernambucanos. O Projeto de Lei nº 1709 de
7 de dezembro de 2017 foi de autoria do deputado estadual Zé Maurício. O texto
da lei será publicado no Diário Oficial do Estado de amanhã (1º de novembro). “Fiz
questão de sancionar essa lei pela importância do tema e por termos mais um
patrimônio consolidado aqui em Pernambuco. Agora, vamos poder levar a capoeira
para mais longe. Sabemos da importância da educação e da formação dos nossos
jovens. A formação envolve atividades esportivas e culturais, e a capoeira
representa isso. Vamos levar essa manifestação cultural para as nossas escolas
e dar condições de nossos jovens conhecerem, se aprofundarem e se interessarem
para que ela faça parte da vida deles. Queremos desenvolver atividades que
tragam o bem e a capoeira faz exatamente isso”, ressaltou o governador Paulo
Câmara. Autor do projeto, o deputado Zé Maurício explicou que a proposta
foi levada em consideração, primeiramente, pela importância cultural no Estado. “Sabemos que a capoeira tem uma forte incidência sobre a população
pernambucana. Antigamente, a capoeira era marginalizada. Hoje, ela é
reconhecida como um esporte tanto cultural como também musical. Em decorrência
de todo esse processo, começamos a estudar para tornar a capoeira um bem
imaterial cultural de Pernambuco. Em 2008, ela foi reconhecida pelo Iphan;
em 2014, pela Unesco e, agora, com essa lei, ela será um bem imaterial de
Pernambuco”, afirmou o parlamentar. Contramestre de capoeira e pesquisador
da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Henrique Kohl, mais conhecido
como Tchê, relatou que a valorização da capoeira é uma demanda heterogênea
acumulada historicamente e que chega para reconhecer a dimensão identitária do
bem cultural no Estado de Pernambuco. “Essa lei vem para valorizar uma capoeira
que chega a inúmeras esferas sociais, uma capoeira que estabelece relações
horizontais, que tem dimensões educativa, inclusiva e cidadã muito fortes”, destacou
o pesquisador, que presenteou o governador com um exemplar do livro Educação e
Capoeira, de sua autoria. Em nome dos mestres, contramestres e professores
presentes, o Mestre Coca Cola agradeceu ao governador Paulo Câmara e frisou que
a capoeira, a cada ano que passa, vem sendo mais reconhecida. “Nos sentimos
honrados por estarmos vivendo esse momento. A cada ato como esse de que
participo, me vejo saindo um pouco da senzala. A capoeira ainda está muito
deslocada devido às consequências da sociedade, porém, cada dia mais, vamos
saindo dessa realidade”, frisou. Estiveram presentes na solenidade,
o deputado estadual Nilton Mota; o ex-deputado e ex-prefeito Severino
Cavalcanti; os mestres de capoeira Galvão, Peu, Macarrão e Dendê; os
contramestres Melodia e Topeira; e o professor Cajueiro.
Fotos: Roberto
Pereira/SEI
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