O setor sucroenergético brasileiro vive em um momento de indefinições no seu desenvolvimento, mesmo em condições adequadas de produção e com uma expressiva demanda internacional. As intervenções políticas do governo federal em setores estratégicos, explicam em grande parte, as causas desse problema. Esta é a avaliação de Caio Carvalho, que é presidente da Associação Brasileira do Agronegócio. As particularidades e os efeitos dessas políticas governamentais serão apresentados na 2º Feira dos Produtores Nordestinos de Cana (Norcana). O evento será realizado na Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP), na próxima segunda-feira (23), às 18h.
“Uma sucessão de erros nas políticas internas, desde 2007, como o congelamento dos preços da gasolina sufocando o etanol e os leilões de energia elétrica com preços inferiores aos custos são os grandes vilões do desenvolvimento do setor”, diz Carvalho. Para o presidente da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida), Alexandre Andrade Lima, o governo tem comprado gasolina de fora do país, e vendendo abaixo do preço de mercado, criando concorrência de forma desleal com o etanol - uma produção nacional, renovável e menos poluente que a gasolina.
Diante da situação, Carvalho sugere ao governo federal que seja adotada duas posturas de imediatas. “Ao governo caberia recuperar políticas anteriores consagradas, como a volta da alíquota da CIDE e a correção dos preços da gasolina”, finaliza, lembrando que o etanol sofre um ‘apagão’ de políticas públicas internas e a Petrobrás um ‘apagão’ de resultados financeiros, face o absurdo da política de preços de combustíveis no Brasil, especialmente para a gasolina.
Robério Coutinho
Assessoria de Imprensa da Unida